Certa vez me imaginei numa livraria, não vou dizer qual.
Tá bom, não escondo nada, era a GLOBO. Não que ela me irrite, mas os pensamentos são incontroláveis.
Eu cantava "Frère Jacques" jogando gasolina nas estantes, bem calmo, e ninguém reparava. Liam o finzinho dos mais vendidos, iam chorando pra sessão de auto-ajuda, essas coisas. Ninguém nem aí pra mim. Daí acendia um fósforo, e os meninos cantores de Viena quem cantavam pra mim, eu só acompanhava murmurando: hummmm,huhummmm...
As pessoas morriam tentando chegar ao caixa, ou ouvindo o CD da Marjorie Estiano (combustão estântanea nesse caso).
Eu saía pulando e tocando flauta, levando os meninos cantores, que um a um viravam atrizes pornô de 40 anos, mas anos muito bem distribuídos, MILF's, sabem?
Nós não nos queimávamos.
Do lado de fora do prédio em chamas obrigava as mulheres a cumprimerem minha tara maior. Vê-las lendo literatura portuguesa, usando só óculos bifocais. Eça de Queiroz não, muito batido.
Que sonho....
Que sonho....
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