sexta-feira, 21 de agosto de 2009

20 anos sem Raul Seixas

No dia 21 de agosto, de 1989, falecia, aos 44 anos, o mais aclamado roqueiro brasileiro, Raul Seixas. Conheci o trabalho dele a partir do álbum "Krig-Há,bandolo!", de 1973, em que estavam seus primeiros grandes sucessos como "Mosca na Sopa", "Ouro de Tolo", "Al Capone" e "Metamorfose Ambulante". Antes disso, Raul Seixas tinha lançado dois discos, um em 1968, chamado "Raulzito e Os Panteras", e "Sociedade da Grã Ordem Kaverinista Apresenta Sessão das 10" (com Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star), de 1971.
Considerado um dos discos mais raros da discografia de Raul Seixas, "Sessão das 10" foi reeditado em CD em 1995, pelo selo Rock Company, e em 2000 pela Sony. As duas edições ficaram difíceis de encontrar, pois esgotaram rapidamente. O LP original hoje é considerado exemplar raro de colecionador e vale uma pequena fortuna. Em 1974, mais uma vez ao lado de seu parceiro Paulo Coelho, Raul lança "Gita". Na mesma época, ele foi exilado nos Estados Unidos por divulgar a "Sociedade Alternativa" em suas apresentações, mas retornou ao país no mesmo ano devido ao sucesso de "Gita", que na época vendeu mais de 600 mil LPs.
Raul Seixas marcou a década de 70 com mais seis discos que se tornaram clássicos de sua carreira. Iniciou os anos 80 com o álbum "Abre-Te Sesamo", que trazia os sucessos "Aluga-se" e "Rock das Aranha".
Foi na década de 80 que conheci Raul Seixas pessoalmente. A primeira vez foi em uma entrevista para um programa de rádio que eu apresentava, em 1983. Ele - muito solícito e profundo conhecedor de rock - nos deu uma aula no ar. No mesmo ano, acompanhei as gravações do programa "Mocidade Independente", da TV Bandeirantes, e tive a oportunidade de presenciar o profissional experiente, grande músico e interprete em ação, empunhando sua guitarra semi-acústica em performances inspiradas em seu ídolo Elvis Presley.
Sua meteórica carreira infelizmente definhou na década de 80, mas mesmo assim ele lançou mais seis grandes discos culminando com "A Panela Do Diabo", com Marcelo Nova. Uma das coisas que sinto orgulho em contar é sobre quando Marcelo Nova me disse o que Raul Seixas pensava a meu respeito. Certo dia, nos idos dos anos 80, estavam Marcelo e Raul assistindo ao programa do Chacrinha, na Rede Globo, e de repente eu apareci cantando "Eu Sou Boy". Raul Seixas virou para o Marcelo Nova e disse: "eu gosto desse cara, ele é verdadeiro naquilo que faz". Me emocionei bastante ao saber desse comentário e cresceu mais ainda a idolatria e respeito que eu sentia pelo nosso maior roqueiro de todos os tempos.
Várias homenagens foram programadas pra esses 20 anos da morte de Raul Seixas. Em maio desse ano, durante a Virada Cultural, foi armado o palco "Toca Raul" e uma centena de bandas prestaram sua homenagem, incluindo a reunião dos Panteras e também do Nasi (ex-Ira!), que fez uma releitura do álbum "Krig-Há, Bandolo!", que segundo ele é um dos melhores discos do rock brasileiro. Até o final desse ano também foi prometido o documentário "Raul Seixas, o inicio, o fim e o meio", com direção de Walter Carvalho e Evaldo Mocarzel.

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